Desafio-te a fazeres uma  ilustração para o poema " Romance ingénuo de duas linhas paralelas"
Duas linhas paralelas 
muito paralelamente 
iam passando entre estrelas 
fazendo o que estava escrito: 
caminhando eternamente 
de infinito a infinito. 
Seguiam-se passo a passo 
exactas e sempre a par 
pois só num ponto do espaço 
que ninguém sabe onde é 
se podiam encontrar 
falar e tomar café. 
Mas farta de andar sozinha 
uma delas certo dia 
voltou-se para a outra linha 
sorriu-lhe assim: 
“Deixa lá a geometria 
e anda aqui para o pé de mim...” 
Diz a outra: “Nem pensar! 
Mas que falta de respeito! 
Se quisermos lá chegar 
temos de ir devagarinho 
andando sempre a direito 
cada qual no seu caminho!” 
Não se dando por achada 
fica na sua a primeira 
e sorrindo amalandrada 
pela calada, sem um grito 
deita a mãozinha matreira 
puxa para si o infinito. 
E com ele ali à frente 
as duas a murmurar 
olharam-se docemente 
e sem fazerem perguntas 
puseram-se a namorar 
seguiram as duas juntas. 
Assim nestas poucas linhas 
fica uma estória banal 
com linhas e entrelinhas 
e uma moral convergente: 
o infinito afinal 
fica aqui ao pé da gente. 
Romance ingénuo de duas linhas paralelas
sábado, 8 de janeiro de 2011
José Fanha in " Eu sou português aqui"
Postado por Alice Frade às 13:27
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